Fisioterapia no tratamento da ATM: quando a dor está na articulação da mandíbula

09/07/2025

Fundo azul e com letras brancas Fisioterapia no tratamento da ATM quando a dor está na articulação da mandíbula

A disfunção da articulação temporomandibular (ATM) é uma das causas mais comuns de dor orofacial, afetando até 25% da população adulta. A fisioterapia no tratamento da ATM alia técnicas manuais, exercícios específicos e tecnologia avançada para aliviar sintomas como dor ao mastigar, estalidos e limitação de abertura bucal. Além de restaurar a função, promove melhora na qualidade de vida.

O que é a ATM e por que dói ao mastigar?

Antes de tudo, é importante entender a anatomia: a ATM é a dobradiça que une a mandíbula ao crânio, permitindo movimentos de abertura, fechamento e deslocamentos laterais. Quando há desequilíbrio, a sobrecarga gera:

  • Dor pré-auricular, irradiando para cabeça e pescoço.
  • Estalidos (click) ao abrir ou fechar a boca.
  • Restrição de amplitude, dificultando mastigar e falar.

Contudo, nem sempre o sintoma inicial é percebido logo — muitas pessoas ignoram o desconforto até a condição se agravar.

Causas da dor na articulação temporomandibular

A dor na ATM costuma ter múltiplos fatores desencadeantes. Entre os mais relevantes, destacam-se:

  1. Fatores oclusais e bruxismo
    Alterações na mordida e o apertar involuntário dos dentes durante o dia ou sono geram microtraumas.
  2. Alterações posturais (cérvico-mandibular)
    A inclinação para frente da cabeça aumenta a tensão nos músculos mastigatórios, impactando diretamente a articulação.
  3. Transtornos musculares e fibromialgia
    Pacientes com fibromialgia muitas vezes apresentam pontos-gatilho dolorosos ao redor da ATM.

Fatores oclusais e desequilíbrios dentários

Mordidas profundas, cruzadas ou sobremordida excessiva sobrecarregam articulações, exigindo intervenções odontológicas e fisioterapêuticas integradas.

Bruxismo de vigília e de sono

O ranger ou apertar dos dentes — mesmo inconsciente — mantém a musculatura em contração constante, prejudicando a circulação local.

Relação com distúrbios posturais do pescoço

Cabeça projetada à frente altera o alinhamento cranio-mandibular, função que, portanto, precisa ser reeducada no consultório e em casa.

Diagnóstico em disfunções da ATM

Para elaborar um plano de fisioterapia no tratamento da ATM, primeiramente realiza-se:

Avaliação clínica

  • Palpação dos músculos masseter e temporal.
  • Medição da abertura interincisal (mm).
  • Escalas de dor, como EVA.

Exames de imagem

  • Radiografia panorâmica: descarta fraturas ou desalinhamentos ósseos.
  • Ressonância magnética: avalia o disco articular e a presença de edema.

Questionários de funcionalidade

  • Índices como Helkimo permitem monitorar evolução e ajustar intervenções.

Avaliação da amplitude de abertura mandibular

Registro em cada sessão para acompanhar ganhos de mobilidade.

Identificação de ruídos articulares

Estalidos e crepitações sinalizam desgaste ou deslocamento do disco.

Uso de escalas pain-tracking (EVA, algômetro)

Medições objetivas ajudam a comprovar eficácia das terapias empregadas.

Abordagem fisioterapêutica convencional

Sem dúvida, a fisioterapia no tratamento da ATM inicia-se com protocolos consagrados:

Terapia manual
Mobilizações articulares e liberação miofascial aliviam aderências, melhorando o deslizamento do côndilo.

Cinesioterapia
Exercícios de alongamento (ex.: abaixar o queixo contra resistência) e resistência para fortalecer a musculatura perimandibular.

Eletroterapia

  • TENS: analgesia rápida.
  • Ultrassom terapêutico: efeito térmico em profundidade.
  • Laser de baixa intensidade: aceleração de processos de cicatrização.

Mobilizações articulares e técnicas de slice

As técnicas de Maitland e Kaltenborn visam restaurar a mobilidade natural da ATM por meio de movimentos controlados e suaves. Com mobilizações graduais, o fisioterapeuta ajusta a tração e o deslizamento do côndilo, aliviando restrições e melhorando a biomecânica articular. Essas abordagens também promovem a nutrição do disco intra-articular, reduzindo aderências e facilitando o deslizamento entre superfícies ósseas.

Exercícios de propriocepção mandibular

O trabalho de propriocepção fortalece a conexão entre sistema nervoso e músculos mastigatórios. Utilizando espelhos e dispositivos de biofeedback, o paciente aprende a identificar e corrigir desvios de trajetória ao abrir e fechar a boca. Movimentos guiados, como deslocamento lateral e avanço controlado, reeducam padrões motores, aprimorando o controle e prevenindo recidivas de disfunção.

Uso de recursos eletroterápicos para analgesia

Sessões combinadas de TENS, ultrassom e laser de baixa intensidade intensificam o efeito analgésico. O TENS reduz rapidamente a percepção de dor, enquanto o ultrassom aquece tecidos profundos e o laser estimula processos de regeneração. Essa sinergia potencializa o alívio, acelera o retorno funcional e diminui a necessidade de medicação.

Técnicas avançadas de fisioterapia

Quando a dor persiste, recorremos a recursos de ponta:

  • Terapia por ondas de choque
    Atua diretamente em pontos-gatilho, promovendo neovascularização e redução de dor crônica.
  • Fotobiomodulação
    Laser de alta potência para controle inflamatório e estímulo de remodelação tecidual.
  • Biofeedback e realinhamento postural
    Sistemas eletrônicos corrigem desvios cervicais que impactam a ATM.

Parâmetros de ondas de choque (foco, intensidade)

No tratamento da ATM, as ondas de choque podem ser aplicadas de forma focalizada ou radial, conforme a profundidade do ponto-gatilho. Recomenda-se iniciar com níveis de energia mais baixos (0,05 mJ/mm²) e ir aumentando gradualmente até um máximo tolerado pelo paciente, sem ultrapassar 0,25 mJ/mm². Cada ponto deve receber entre 500 e 1.000 pulsos, respeitando intervalos de descanso para evitar desconforto excessivo.

Protocolos de ultrassom terapêutico

Os protocolos mais usados combinam frequências de 1 MHz para tecidos profundos ou 3 MHz para áreas superficiais, aplicadas por 5 a 8 minutos em cada região afetada. É fundamental usar gel condutor e mover o transdutor em movimentos circulares contínuos para garantir penetração uniforme. A intensidade fica entre 0,5 e 1,5 W/cm², ajustada conforme sensibilidade do paciente.

Aplicação de laser de baixa intensidade

O laser de baixa intensidade atua estimulando a fotobiomodulação, com doses de 4 a 8 J/cm² em cada ponto-alvo. Em geral são realizadas de 2 a 3 sessões semanais durante 4 a 6 semanas, totalizando 8 a 18 atendimentos. Essa abordagem acelera a reparação tecidual, reduz inflamação e minimiza a dor, complementando outras técnicas fisioterapêuticas.

Importância da abordagem multidisciplinar e autocuidado

Para além do consultório, a eficácia vem de:

  • Integração com odontologia e ortodontia
    Placas miorrelaxantes customizadas e ajustes oclusais.
  • Papel da fonoaudiologia e psicologia
    Técnicas de relaxamento e gestão do estresse — essencial para pacientes com bruxismo.
  • Orientações domiciliares
    Automassagem com bola de tênis, calor local e exercícios diários de alongamento.

Colaboração com dentista e ortodontista

Além das sessões de fisioterapia, o trabalho conjunto com dentistas e ortodontistas é essencial para equilibrar a oclusão e reduzir a sobrecarga na ATM. Placas miorrelaxantes personalizadas ajustam o encaixe dentário durante o repouso, evitando microtraumas e aliviando a tensão muscular. O ortodontista, por sua vez, corrige desalinhamentos que prejudicam o movimento articular, promovendo maior conforto e amplitude funcional.

Estratégias de relaxamento musculofacial em casa

Praticar automassagem diária com movimentos lentos e circulares libera pontos de tensão nos músculos faciais. A aplicação de calor úmido por dez minutos, três vezes ao dia, relaxa fibras contraturadas e melhora a circulação local. Complementar com alongamentos suaves, como empurrar levemente o queixo contra resistência, potencializa o alívio da dor e previne a rigidez articular.

Educação sobre higiene postural e ergonomia

Manter postura correta ao usar computador é fundamental: posicione o monitor ao nível dos olhos e o teclado de modo que os cotovelos formem ângulo de 90°. Evite curvar os ombros e projetar a cabeça para frente. Faça pausas rápidas a cada hora para alongar pescoço e ombros, reduzindo a tensão cervical e protegendo a ATM de pressões indevidas.

Conclusão

Portanto, a fisioterapia no tratamento da ATM é comprovadamente eficaz para reduzir dor, restaurar mobilidade e melhorar a qualidade de vida. Com técnicas que vão da terapia manual ao uso de ondas de choque, aliadas a um cuidado multidisciplinar, é possível resultados rápidos e duradouros. Se você busca alívio para dor ao mastigar ou estalidos na mandíbula, agende já sua avaliação na DDC Fisioterapia. Nossa equipe especializada em fisioterapia ortopédica, esportiva e domiciliar está pronta para criar um plano personalizado e devolver o conforto à sua rotina. Entre em contato agora e transforme sua saúde mandibular!

Links úteis

Mayo Clinic – TMJ disorders
Revisão no PubMed Central sobre fisioterapia na ATM
Fisioterapia Ortopédica – DDC Fisioterapia
Reabilitação Funcional na ATM – DDC Fisioterapia

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